A Prefeitura de Ilhabela, em parceria com o Conselho dos Direitos da Mulher de Ilhabela, realizou, na manhã de terça-feira (14), no auditório do Paço Municipal, a oficina “Violência contra a mulher, conhecer para enfrentar” com cerca de 40 participantes, entre bolsistas do programa SOS Trabalho, Qualificação Profissional e Alfabetização e servidoras da área da saúde.
Foram quatro horas de atividades voltadas para a geração de conhecimento sobre as formas de violência doméstica previstas na Lei Maria Penha e, principalmente, sobre os serviços e rede de apoio especializados no atendimento às mulheres em situação de violência.
A iniciativa é fruto de uma parceria firmada entre a Secretaria de Governo, por meio do Programa SOS, e o Conselho dos Direitos da Mulher de Ilhabela, que elaborou o conteúdo da oficina e ministrou rodas de conversa sobre os tipos de violência previstos na Lei Maria Penha – física; psicológica; sexual; patrimonial e moral.
Atividades dinâmicas
A oficina teve início com a apresentação do filme “Acorda Raimundo, acorda!”, produzido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), que mostra uma inversão dos papeis determinados socialmente para mulheres e homens e leva à reflexão sobre o tema da cultura machista. Dirigido por Alfredo Alves, conta em seu elenco com Eliane Giardini, Zezé Mota, Paulo Betti e José Mayer.
A partir da história do filme, as participantes formaram grupos de discussão sobre cada forma de violência contra a mulher. Em cada grupo, uma das conselheiras do Conselho da Mulher e profissionais convidadas para a atividade atuaram como facilitadoras das discussões. Após as rodas de conversa, cada grupo apresentou ao público geral suas conclusões.
Lucimara da Silva Farias, bolsista do Programa SOS, avaliou positivamente a roda de conversa. “Consegui me abrir e até me emocionei, porque quando começamos a conversar percebi que tinham outras mulheres que haviam passado pelo mesmo que eu”, declarou.
Para fechar as conclusões dos grupos, a advogada Priscila Ferreira falou sobre os direitos das mulheres e as formas de acessá-los, como representante da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Ilhabela. “A mulher tem muitos direitos, mas para se valer deles é preciso provocar o Judiciário, pois sem procurar essa ajuda, os direitos são apenas direitos e não saem do papel”, explicou.
Materiais de apoio
Com o objetivo de disseminar ainda mais os conhecimentos sobre as formas de reconhecimento e enfrentamento da violência contra a mulher, o Conselho dos Direitos da Mulher realizou a entrega de cartilhas com informações didáticas acerca do tema.
Carolina Rosatti, que além de assistente social e conselheira da mulher é membro do Comitê de Vigilância, Prevenção e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, frisou - “É importante todas saibam que estamos em ação, trabalhando para enfrentar a violência contra a mulher”.
Durante a atividade, situações de violência identificadas receberam os devidos encaminhamentos para acolhimento no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo Lucimara, o formato da oficina deixou as mulheres à vontade. “Gostei muito do pessoal, ainda mais por ser um evento somente para mulheres, o que nos deixa mais confortáveis para abrir o coração”, explicou.
O evento terminou com a troca de bilhetes motivacionais entre as participantes. “Você não está sozinha”; “Que você, mulher, não tenha medo. Continue se valorizando. Você é especial”, foram algumas das mensagens.
As atividades foram conduzidas por uma equipe multidisciplinar formada pelas servidoras Verônica Rosa de Assis (Conselheira da Mulher), Priscila Ferreira (Advogada), Julia Camilo (Assistente Social), Alissandra Silva (Assistente Social do CREAS), Maria Helena Cardoso (Coordenadora do SOS Trabalho), Wdssia Figueiredo (psicóloga), Petúnia Rodrigues (Enfermeira), Carolina Gui Rosatti (Assistente Social), Lara Passos (Enfermeira da Vigilância Epidemiológica) e pela secretária adjunta de Governo, Sandra Di Croce Patricio.
A oficina é parte da programação do evento Mulheres: mente, voz e coração”, que segue até o dia 2 de abril com diversas atividades programadas para o público interno e para a sociedade civil. Confira no link (https://bit.ly/3L5dFEa).
Onde procurar ajuda em situação de violência?
Serviços de Saúde: Hospital, Unidade Básica de Saúde (UBS), Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), Centro de Apoio Psicossocial e outras Drogas (CAPS AD), Centro de Referência Especializado (CRE), Centro de Incentivo ao Aleitamento Materno (CIAMA).
Policia Militar (190);
Disque 100 Direitos Humanos;
Conselho Tutelar;
Ordem dos Advogados do Brasil (AOB);
Centro de Referência da Assistência Social (CRAS);
Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS).
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