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Foto do escritorRedação

STF condena empresário de Ilhabela por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro

Fabrício de Moura Gomes, de 45 anos, foi preso dentro do Palácio do Planalto. Ele deve cumprir pena de 17 anos.



O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar Fabrício de Moura Gomes, empresário e morador de Ilhabela, por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 janeiro em Brasília.


Segundo o STF, é preciso aguardar a proclamação do resultado para confirmar o tempo de prisão, o que não há um prazo definido para ocorrer.


Bolsonaristas radicais e golpistas invadiram e depredaram, no dia 8 de janeiro, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília. Fabrício participou do ato criminoso e foi preso dentro do Palácio do Planalto.


O julgamento aconteceu no plenário virtual, quando os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico. Não há debates e cada caso é analisado de forma individual. O julgamento foi encerrado noite desta terça-feira (7).


O relator Alexandre de Moraes propôs uma pena de 17 anos de prisão. Outros seis ministros também votaram pela condenação, sendo que Cristiano Zanin e Edson Fachin propuseram pena um pouco menor, de 15 anos de prisão André Mendonça, Luís Roberto Barroso e Nuno Marques divergiram do voto do relator.


O réu foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de:

  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

  • dano qualificado;

  • golpe de Estado;

  • deterioração do patrimônio tombado;

  • associação criminosa.


A maioria dos ministros entendeu que houve uma clara intenção por parte de uma multidão de tomada ilícita de poder, com uso de meios violentos para derrubar um governo democraticamente eleito.


A maioria da Corte também afirmou que os ataques configuraram o chamado crime de multidão, quando um grupo comete uma série de crimes, sendo que um influencia a conduta do outro, num efeito manada. Com isso, todos precisam responder pelo resultado dos crimes.


No processo, a defesa de Fabrício de Moura Gomes alegou que não havia provas contra ele e que era o caso de arquivamento.


De acordo com o STF, é preciso aguardar a proclamação do resultado para confirmar a pena, o que não há previsão para acontecer.


O jurista Ernani Assagra explicou que, neste caso, a pena fica em 17 anos, por conta do voto da maioria. Zanin e Fachin podem recorrer, mas é considerado improvável que isso aconteça pois votariam exatamente os mesmos ministros.


Fabrício de Moura Gomes é empresário e mora em Ilhabela. Foi preso no Palácio do Planalto. Perícia no celular identificou que ele passou pelos prédios do STF, Congresso e Planalto no momento dos ataques.

Em depoimento, morador de Ilhabela preso em Brasília confessou a invasão e disse que ‘não sabia que não podia entrar no Congresso’. Ele também ficou acampado em frente ao QG do Exército. Os investigadores afirmaram que “o acusado estava com uma garrafa de água em uma das mãos e utiliza óculos de natação, exatamente como a orientação de vídeos e imagens que circularam em grupos golpistas para evitar os efeitos da inalação de gás lacrimogêneo”.


Segundo Moraes, “fica evidenciado, na verdade, que Fabricio de Moura Gomes, estava na Praça dos Três Poderes e no interior dos prédios públicos, não a título de curiosidade e por participar de “manifestação pacífica”, mas sim para participar de atos golpistas visando a extinção do Estado Democrático de Direito, com a decretação de intervenção militar e a derrubada do governo democraticamente eleito.

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