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“Reaprendendo a Voar”: Uma história de amor e dedicação pelas aves

  • Foto do escritor: Caio Gomes
    Caio Gomes
  • 9 de mar. de 2021
  • 2 min de leitura

A bióloga Silvana Davino tem uma linda história de amor com as aves locais. Tudo começou quando uma pequena fêmea de periquito-rico caiu no portão da sua casa. Mesmo sem conhecer nada de aves naquela época, Silvana cuidou do periquito, que quebrou a asa e não conseguiu mais voar. No viveiro construído para abrigar a ave, algo interessante aconteceu. Ela formou par com um macho livre, que vinha todos os dias visitá-la. Eles desenvolveram um sistema no viveiro que possibilitou o passe livre do macho. O namoro durou oito anos e deu origem a mais de 60 filhotes, que foram liberados e soltos na Mata Atlântica em Ilhabela.

Davino é formada em Moda pelo Senac Esmod e desde 2012 é gestora da Área de Soltura Monitorada de Fauna Silvestre Cambaquara. Em 2015, formou-se em ciências biológicas pela Unitau e em 2018 assumiu a responsabilidade técnica da Área de Soltura Monitorada Cambaquara que realiza um trabalho de recuperação, treinamento e soltura de quatro espécies de aves: tiriba, tucano-de-bico-verde, periquito-rico e maritaca-verde.

Silvana recebe as aves principalmente das apreensões da Polícia Ambiental, entregas voluntárias, animais acidentados ou vítimas de maus-tratos e ninhadas de tiribas que são retiradas dos forros das casas. Muitas delas chegam machucadas ou debilitadas devido a má alimentação.

Pela sua importância, o trabalho que Silvana desenvolve com a ajuda de outros voluntários foi reconhecido e homologado pelo Departamento de Fauna da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais da Secretaria do Meio Ambiente, tornando-se uma ASM – Área de Soltura Monitorada.

Até o momento já foram resgatadas cerca de 600 aves, sendo que 80% já foram devolvidas à natureza. O que começou de uma forma inusitada, se tornou a principal referência na cidade sendo o único espaço para abrigar essas aves em Ilhabela. “O sentimento é bem inconstante. São picos de alegria e tristeza o tempo todo. A hora que consegue reabilitar e soltar e ver que deu tudo certo é só felicidade, mas a gente não consegue tudo. As vezes a ave chega muito machucada e debilitada e a gente não consegue salvar e bate aquela tristeza. Mas se eu continuo há todos esses anos é porque a maioria dá uma grande satisfação de colaborar com a fauna”.

A bióloga, que faz um trabalho incrível pela fauna silvestre, salienta a necessidade de mais um espaço para as aves.

“Ilhabela precisa de um centro para reabilitar os animais silvestres da ilha. O fato de ser um arquipélago faz toda a diferença pois temos uma biodiversidade muito rica e é importante que vamos em frente com esse centro, nem que comece pequeno, mas precisa começar”.

Silvana Davino

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