Rogério Ribeiro de Sá, carinhosamente conhecido como "Professor Catolé", é natural de Catolé do Rocha, na Paraíba. Filho da professora Adeildes e do telegrafista dos Correios Otoniel de Sá, Catolé chegou a Ilhabela em 16 de fevereiro de 1987 como professor concursado de História na rede estadual. Ele atuou primeiramente na Escola Anna Leite Julião e posteriormente na Escola Dr. Gabriel Ribeiro dos Santos, onde ensinou muitos alunos e criou raízes com a cidade.
Participante ativo da vida de Ilhabela, Catolé sempre foi um dos expoentes da política local, destacando-se por sua atuação, habilidade de comunicação e retórica impressionante, além de seu caráter e ética exemplares.
Recentemente, o professor Catolé ganhou destaque no "Velho Mundo" ao ser homenageado por seu ex-aluno Paulo Stanich, que defendeu uma Tese de Mestrado em Ciência Política na Escandinávia. A tese, intitulada "Consulta Prévia, Livre e Informada aos Povos Originários e Tradicionais no Processo Legislativo Brasileiro", faz parte do Programa de Pós-Graduação da Câmara dos Deputados e foi desenvolvida em uma universidade na Noruega. O trabalho contém uma dedicatória especial ao Professor Catolé, na qual Paulo expressa sua gratidão por tê-lo inspirado desde o período em que era estudante, despertando seu encantamento pelas ciências humanas.
Dedico esse trabalho a Rogério de Sá (Professor Catolé). Esse grande mestre foi quem, ainda no meu período como estudante do antigo ginásio, na escola pública estadual Anna Leite Julião Torres (Ilhabela-SP), despertou, através de suas aulas de História, meu encantamento pelas ciências humanas. O título de mestre que recebo é fruto do seu trabalho. Espero que um dia possa inspirar outros alunos, como fui inspirado por ele.”
A trajetória de Catolé começou ainda na Paraíba, onde foi alfabetizado por freiras alemãs. Em sua adolescência, foi líder estudantil e presidente do Grêmio Central dos Estudantes de Catolé do Rocha - Grecesc, participando ativamente da luta contra a ditadura militar.
Mais tarde, migrou para São Paulo, onde obteve o bacharelado em História pela USP. Nessa época, Catolé também desempenhou o cargo de diretor cultural do Centro de Estudos Históricos Afonso de Taunay - CEHAT, da Faculdade de História, e atuou no movimento pela Anistia aos presos políticos pós-1964, bem como no movimento Diretas Já, em 1984.
Em Ilhabela, Catolé teve uma notável carreira política, concorrendo a prefeito nas eleições de 1992 e servindo como vereador em três mandatos (1997-2000), (2001-2004) e (2009-2012). Além disso, ocupou o cargo de Secretário Municipal de Cultura e Meio Ambiente, e atualmente exerce uma função significativa na gestão do prefeito Toninho Colucci como secretário-adjunto de Educação.
Enquanto vereador, lutou incansavelmente por seus ideais e enfrentou com coragem as questões sociais. Sua postura combativa era notável, defendendo suas ideias sem receios e com inegável altivez, sempre respeitando seus adversários, que o admiravam como um exemplo a ser seguido.
Catolé sempre foi um admirador da cultura tradicional e sua dedicação a essa causa resultou na autoria da lei que criou a Semana da Cultura Caiçara. Em reconhecimento à sua história e aos relevantes serviços prestados à comunidade e ao Município de Ilhabela, recebeu da Câmara Municipal o título de "Cidadão Honorário de Ilhabela" durante as comemorações dos 210 anos da cidade.
Catolé é também pai de Naya e Julia, e seu legado como educador, político e defensor da cultura é fonte de inspiração para gerações futuras.
Não esperava menos de um filho de Otoniel. Fico ao mesmo tempo honrada e emocionada com a trajetória desse belo fruto de minha cidade natal. Desde Homero, saber pensar e também agir, eis o que nos define como animais racionais. Parabéns Rogério. Meu abraço afetuoso. Elizabeth.