Família do velejador Bruno Prada foi atacada nas redes sociais e nas ruas de Ilhabela por vizinho incomodado por cachorro
O velejador Bruno Prada, medalhista olímpico em Pequim 2008 e Londres 2012, denunciou nesta segunda-feira (9) injúrias raciais e difamações proferidas por um vizinho morador de Ilhabela, onde reside.
De acordo com o Beletim de Ocorrência registrado na cidade, o atleta e sua família foram difamados nas redes sociais e presencialmente pelo morador A.S. e sua esposa P. G.R. O fato mais grave na denúncia registrada ocorreu com Ricardo, filho de Bruno e Carla Prada, que foi chamado de “negrinho de m…..”.
O fato aconteceu, segundo Bruno Prada, após o passeio dele com sua família e cachorros pelo bairro do Engenho D’água, em Ilhabela. Depois de uma pequena discussão, o casal começou a difamar o atleta e seus familiares nas redes, inclusive em perfis relacionados à modalidade praticada pelo atleta, que é a vela. Ofensas como medalhista olímpico de b…., um péssimo cidadão e que “você não merece morar nesse bairro” estavam entre as mensagens nas redes sociais, que foram printadas pela vítima e anexadas a ocorrência.
”Muito triste tudo isso, minha geração foi educada para que todos tenhamos os mesmos direitos e respeito”, lamentou Ricardo Prada, de 18 anos.
De acordo com a assessoria do atleta, Bruno Prada registrou o boletim de ocorrência em Ilhabela e tem todos os prints confirmando as difamações. Foram dois BOs de origem da queixa crime e ação cívil, que serão apresentados em breve. O atleta contou a sua versão e disse ter tolerância zero para atitudes racistas como essa
”Sempre passeamos com os nossos dois cachorros pelo bairro, neste domingo, dia dos pais, as 16h não foi diferente. Eu, a Carla e o Cadu saímos para passear. Quando chegamos na Rua Bernard Gontier fomos abordados por um casal de moradores que do outro lado do portão da casa deles começou a reclamar dos nossos cachorros”.
”São 2 viralatas pequenos. Ele reclamou que um deles teria avançado na empregada deles uma semana antes. Eu respondi que iria averiguar e continuei meu passeio. Quando viramos de costas o senhor A.S. deferiu ofensas racistas ao meu filho, conforme B.O. registrado na segunda-feira. ”Eu retruquei esbravejando que não aceitava aquela postura racista dele”.
”Não feliz em perturbar meu passeio, A. e P inundaram as redes sociais com inúmeras difamações que foram registradas em outro boletim de ocorrência desta vez no próprio domingo, onde foram apresentados os prints das agressões nas redes sociais.”’
Bruno Prada já orientou os seus advogados a ir até a última instância em relação ao ocorrido e, em caso de vitória na justiça, doará todo o dinheiro recebido no processo para instituições de caridade de Ilhabela.
Outro lado
Nossa reportagem tentou contato com A.S. por meio de seu perfil no Facebook, mas até o fechamento desta edição recebemos a seguinte resposta: “Bin dia, não entendi sua mensagem.” Já P. G.R. não foi localizada para comentar os fatos narrados pelo atleta Bruno Prada.
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